Um dia o sol raiou, pela última vez.
O dia já estava a findar-se, mas não.
Bastou alguns golpes de luta, uma ducha e
Pá!
Acabou-se ali. Nada mais tinha nexo,
nada mais ouvi, nada mais falei, nada mais
olhei nos olhos.
Como pedra agora estavam, eles, recobertos
por uma
Pele fria.
O equívoco de achar que aquelas linhas iriam
te religar
me tomou por dentro.
Eu sofri a
Angústia
de deixar-me escravizar pela doxa.
Não passavas, tu, de uma inflável, com uma
coisa enchendo-te,
parecendo respirar.
Ainda sussurrei as minhas últimas palavras na
esperança
que me
Ouvisse
e pudesse, ao menos, fazer alguma coisa.
Meu erro foi achar que precisavas. Já tinhas
feito,
e ainda
fazes...
Mas queremos sempre mais.
Bastou aquele momento de confraternização e
parece que tudo
deslanchou.
Quando vi, você tinha sumido, estávamos de
preto
E estávamos olhando para uns pedaços de
carne,
em que colocaram roupas tuas.
Nenhum sorriso teu, eu hei de esquecer...
Perco-me, nos tique-taques do relógio,
lembrando
de quão bom foi ser, um dia, teu.
E me vejo preso às engrenagens, de volta,
realizando
que não sou mais quem-sou-eu.